O Começo.
Uma noite sem lua. Nuvens baixas carregadas de água ocultam o brilho das estrelas. O vento gelado transporta um uivar de um lobo solitário. Um som que provoca arrepios nos mais valentes.
A chuva começa a cair. A paisagem fica carregada com o som das gotas a bateram nas folhas das árvores. O uivo do lobo ouve-se mais perto. Ele persegue uma pressa que não conhece mas sente o cheio. Um cheio que ele acha capaz de mata a sua fome infernal. Ele corre sentindo que está perto de alcançar o seu objectivo.
Uma abertura na floresta. Uma figura solitária de estrutura media, mas de poder incalculável. Muito semelhante ao lobo. Uma figura que também persegue os seus objectivos, mas não movido pela fome. As motivações que alimentam o seu espírito e o levam a lutar são mais obscuros. A busca do poder.
O lobo aparenta sentir que algo está errado. Aproxima-se de forma cautelosa. A figura está de costas para ele. Não parece reparar na presença do predador. O lobo aproxima-se mais. Mais. Mais ainda. Quando considera que está suficientemente próximo lança o ataque na tentativa de derrubar a sua pressa. Mas no último instante a figura roda de modo a que o predador passe ao lado.
Os dois predadores ficam frente a frente. O lobo com o seu olhar faminto. A figura com os olhos enterrados nas orbitas, a pele da cara esticada e pálida a brilhar na escuridão. Uma cara que mais parece uma caveira. Os lábios puxados para trás num sorriso malvado, revelando dentes afiados ainda com o sangue da sua vitima anterior. O lobo lança-se novamente na direcção da figura. Obviamente que esta está preparada e eleva um braço poderoso e agarra o lobo pela garganta, com a outra mão puxa de um punhal e enterra-o no peito da criatura que morre de forma dolorosa. A figura retira o punhal da abertura que acaba de criar e vê o sangue quente da sua vitima a escorrer para o pelo. De seguida puxa a fonte de sangue na direcção da sua boca e ingere até ficar satisfeito. Deixando cair a sua vitima para o chão e continuando no seu percurso como se nada se passa. Nada o ira demover da sua busca. Não agora que ele esta tão perto de encontrar as próprias portas do inferno.
Encontra uma formação de rochas. Algo parecido com um portão. Fechado durante milénios. Runas antigas escritas em sangue. Um aviso dos terrores que se encontram lá fechados dentro. Um aviso para os menos preparados. Um aviso para quem não tem noção do mal que irá libertar. Um aviso.
Centenas de vidas de homens em busca deste lugar finalmente deram fruto. O demónio em figura de pessoa prepara-se para o momento alto da sua vida, se é que vida pode ser dado como nome para aquilo que foi uma existência diabólica. Uma existência cheia de sangue, morte e vitimas torturadas. O demónio aproxima-se do portão. Dois pilares gigantescos elevam-se de cada lado. Imagines infernais gravadas nas rochas representam cenas de dor e sofrimento. Sangue e tortura. Figuras de demónios, bestas, e outras criaturas das trevas a ingerirem humanos. Guerra entre criaturas de dois mundos distintos. Uma figura destacada das outras. Poderosa. Espada na mão, levantada num gesto de desfio.
O portão construído com dupla intenção. Impedir aquilo que está lá dentro de sair. Impedir quem está cá fora de entrar.
Um trabalho elaborado em conjunto. Concebido pelas duas entidades mais poderosas do mundo. Num acordo em que poucos acreditam. O portão foi criado e selado num esforço conjunto entre Deus e Satanás. Uma aliança pouco provável mas muito necessária. Fechado lá dentro está o filho rebelde de Satanás. O filho que não entendia que era necessário existir um equilíbrio entre o bem e o mal. Um equilíbrio sem o qual nem um nem outro podiam existir. O filho que sempre desafiou o poder do pai. Um filho que espalhou o caos pelo mundo fora.
Um portão preste a ser aberto. Com que intenção? Libertar o que lá está dentro? Ou roubar o poder que ele detém?
O demónio examina o portão. Não aparenta sofrer do desgaste natural que o passar dos anos provoca em tudo que existe. Ele passa a sua mão pela rocha gelada. Subitamente aparecem runas que se encontravam ocultas. Indicações e revelações.
“Por de trás deste portão está fechada a verdadeira causa do sofrimento no mundo. Fechado aqui por Deus e pelo próprio pai, Satanás. O portão só poderá ser aberto por dois. Ambos capazes de destruir aquilo que habita no seu interior. Um o fará para o bem, outro para o mal. Que o destino escolha qual irá cá chegar primeiro.”
O demónio encosta a sua mão esquelética ao portão. Este aparenta sentir que ele é um dos destinados e cede sobre o seu toque. Ele entra sem hesitação, tochas na parede rompem em chamas. Ouve-se uma voz que proclama. “Quem tem a coragem para penetrar nos domínios do filho de Satanás?”
O demónio responde “ Filho do mal, venho para retirar aquilo que é teu para o meu benefício. Eu sou o eterno renegado, rejeitado pelo teu Pai, enviado para o mundo como castigo, eu sou o pesadelo dos homens, a besta que tudo devora, eu sou Atlon, o antigo guardião da espada que se encontra enterrada nesta cripta a par contigo, aquela que tu roubas-te e que levo ao meu exílio. Agora irás morrer com o sabor da sua lâmina na tua garganta.”
“Então o mundo está perdido e assim será o destino!”
Com esta resposta o demónio avança para o fundo da caverna onde encontra o túmulo onde está encerrado o filho de Satanás. Utilizando a sua força sobre-humana, empurra a pedra para o lado revelando a espada do caos e o seu último portador.
Pega na espada e enterra-a no peito do demónio semelhante a ele. Puxa a espada em direcção a cabeça da criatura que dorme e rasga o crânio dele com a sua lâmina flamejante.
Assim acaba o poder daquele que foi o terror do mundo com um grito com a capacidade de esfolar um ser humano.
Assim começa o destino daquele que ainda tenta marcar o mundo com a sua nova força.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
A Musa
A Musa
Um olhar sedutor, uns olhos azuis que brilham como diamantes. Profundos, vivos, cheios de expressão. Janelas para a alma. Uma alma grandiosa, bondosa. Uns olhos onde é possível mergulhar nessas profundezas sem fim, nessas lagoas de vida e perder noção do tempo que passa.
Um sorriso cativante, lindo. Com um efeito relaxante, o poder de afastar as preocupações do mundo exterior. Uns lábios apetitosos, naturalmente encarnados, eternamente suspensos num sorriso despreocupado. Encantador.
Cabelo preto. Escuro como os abismos mais ocultos. Cabelo que cobre parcialmente o rosto. Um rosto cheio de beleza. Uma beleza natural, cintilante.
Um jeito de ser maravilhoso. Uma filosofia de vida espantosa. Uma musa que inspira com a sua forma de viver a vida. Uma paixão sem igual. Prende sem intenção. Mas é um cativeiro que se aceita de bom gosto.
Um riso que tranquiliza. Uma amiga que anima nos momentos baixos. Uma jóia de pessoa com uma beleza inconfundível. Uma pedra preciosa de valor incalculável, uma luz que ilumina e aquece a vida. Elimina a escuridão.
Uma amizade para guardar para sempre, porque ao mesmo tempo deixam protegido.
Um olhar sedutor, uns olhos azuis que brilham como diamantes. Profundos, vivos, cheios de expressão. Janelas para a alma. Uma alma grandiosa, bondosa. Uns olhos onde é possível mergulhar nessas profundezas sem fim, nessas lagoas de vida e perder noção do tempo que passa.
Um sorriso cativante, lindo. Com um efeito relaxante, o poder de afastar as preocupações do mundo exterior. Uns lábios apetitosos, naturalmente encarnados, eternamente suspensos num sorriso despreocupado. Encantador.
Cabelo preto. Escuro como os abismos mais ocultos. Cabelo que cobre parcialmente o rosto. Um rosto cheio de beleza. Uma beleza natural, cintilante.
Um jeito de ser maravilhoso. Uma filosofia de vida espantosa. Uma musa que inspira com a sua forma de viver a vida. Uma paixão sem igual. Prende sem intenção. Mas é um cativeiro que se aceita de bom gosto.
Um riso que tranquiliza. Uma amiga que anima nos momentos baixos. Uma jóia de pessoa com uma beleza inconfundível. Uma pedra preciosa de valor incalculável, uma luz que ilumina e aquece a vida. Elimina a escuridão.
Uma amizade para guardar para sempre, porque ao mesmo tempo deixam protegido.
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