Apaixonado.
Estar perdidamente apaixonado pode ser um sentimento terrível para um escritor. Pode provocar os efeitos mais estranhos que se possa imaginar. Por um lado devia de ser um sentimento maravilhoso, um estado supremo, mas rapidamente se pode tornar numa dependência. Então que acontece quando essa dependência não pode ser alimentada, nem satisfeita? Quando nos agarramos a algo que rapidamente transforma a nossa vida num pesadelo? Acontece que ficamos ainda mais perdidos. Não encontramos as palavras necessárias para expressar aquilo que nos vai na alma. Perdemos noção da verdadeira essência da situação, provoca arrepios profundos, dor, tortura.
Estar apaixonado é bom quando existe uma correspondência para essa paixão. As paixões inspiram mais do que tudo o resto que nos rodeia. Quando estamos apaixonados olhamos a nossa volta e tudo parece diferente, no entanto, não foi o que está em nosso redor que se modificou. Foi o nosso estado interior. A alma eleva-se para junto da lua e das estrelas. Lua e estrelas que antes deslumbravam e inspiravam com a sua beleza agora existem apenas para recordar que afinal existe algo ainda mais maravilhoso do que esses corpos celestes suspensos no infinito. A pessoa por quem nos perdemos.
Quando nos apaixonamos o mundo abranda de modo a que tudo se torna mais nítido mas menos claro. Mais nítido porque sabemos o que queremos, mas menos claro porque não encontramos a forma de alcançar. Como um alpinista que encontra a montanha mas não o caminho para chegar ao seu topo. Pode até iniciar a escalada, mas vai chegar a um ponto que vai ter que inventar um caminho. Isto não passa de mais um desafio na nossa vida. Um desafio que tem que ser encarado com muita força de vontade para que seja possível ultrapassar. Fugir deste desafio pode significar infelicidade, por isso nada mais podemos fazer senão seguir em frente e espera que não encontramos a infelicidade na mesma. Porque a vida é feita destes altos e baixos. E não há nada que possa ser feito senão desafiar o desafio. É por isso que nos existemos.
"A beleza da lua e as estrelas recorda-me de ti, não ao contrário. Elas não passam de meros corpos celestes cuja beleza e encanto foram largamente ultrapassadas por ti. Elas já não me inspiram a mim, sou eu que as inspiro a brilham por ti."
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
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1 comentário:
olé! gostei muito do texto mas discordo num pormenor que referiste ao dizeres " Estar apaixonado é bom quando existe uma correspondência para essa paixão", por vezes mesmo havendo uma correspondencia a paixão pode torna-se numa dependência extrema e fazer com que ambos se cansem do que sentem! enfim coisas minhas desculpa! mas adorei o texto e concordo contigo:«Estar perdidamente apaixonado pode ser um sentimento terrível para um escritor!» beijinhos e bons escritos!
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